Bill Gates tomou água que veio de cocô humano

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Bill Gates visitou recentemente a instalação na qual fica o Janicki Omniprocessor, uma máquina surpreendente que transforma dejetos humanos em eletricidade e água potável.
Ele ama essa tecnologia e não está fazendo propaganda da boca para fora: como é possível ver no gif acima, o empresário de fato PROVOU a água que a máquina produziu a partir de cocô.
“Tenho visitado muitos locais semelhantes, como usinas de energia e fábricas de papel, de modo que quando eu ouvi falar sobre esta – é parte do esforço da Fundação Gates para melhorar o saneamento em países pobres -, fiquei ansioso para conferir”, disse Bill Gates. “A água tem gosto tão bom quanto qualquer uma que vem em uma garrafa. E, tendo estudado a engenharia por trás dela, eu ficaria feliz de bebê-la todos os dias. É segura”.

Como funciona

Segundo Peter Janicki, CEO da Janicki Bioenergy, empresa que inventou o OmniProcessor, a máquina usa o “lodo do esgoto” (“sewer sludge”) para reaproveitar resíduos que só prejudicariam o meio ambiente.
O processador funciona a uma temperatura tão elevada (1.000 graus Celsius) que não há nenhum cheiro desagradável.
O lodo é colocado no aparelho e sobe uma rampa a fim de passar por um tubo. Nesse tubo, ele é fervido e secado. O vapor é separado dos resíduos sólidos.
 
 
Na parta sólida, o lodo seco é alimentado ao fogo, e o vapor quente gera eletricidade que é usada no processador, além de um excesso, que pode ser utilizado pela comunidade local.
 
Já o vapor de água criado no momento da fervura é passado por um sistema de tratamento e se torna água potável.
 

A importância e o futuro da tecnologia

Pelo menos 2 bilhões de pessoas usam latrinas que não são devidamente drenadas para defecar. Outras simplesmente defecam a céu aberto. Esses dejetos contaminam a água potável, com consequências terríveis: doenças causadas pela falta de saneamento matam cerca de 700.000 crianças a cada ano, prejudicando muitas mais.
O OmniProcessor é uma maneira acessível e segura de se livrar desse lixo humano evitando muitas mortes. Ele não exige toda uma infraestrutura de linhas de esgoto – os dejetos podem simplesmente ser levados a uma instalação como hoje são levados a rios e mares para serem despejados nesses países -, e é uma máquina autossustentável que inclusive que pode dar lucro.
No futuro, após alguns avanços, a máquina poderia lidar com os resíduos de 100.000 pessoas produzindo até 86 mil litros de água potável por dia e 250 kw de eletricidade.
Mas como saber se o OmniProcessor funciona mesmo no mundo real? O próximo passo será o projeto-piloto.
Ainda este ano, Janicki criará um Omniprocessor em Dakar, no Senegal, onde vai estudar tudo, desde como se conectar com a comunidade local (a equipe já está trabalhando com líderes lá) até o lugar mais conveniente para se alojar a instalação.
A empresa também vai testar um sistema de sensores e câmeras que permite que os engenheiros da Janicki controlem o processador remotamente e se comuniquem com a equipe em Dakar para que possam diagnosticar problemas que surgirem ao longo do caminho. [SploidGN]

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