Cruzeiro do Sul e o Brasil

A constelação do Cruzeiro do Sul, ou Crux para a Astronomia comum, é um corpo celeste repleto de significados e mistérios. Pela sua posição ao sul no mapa celeste, em altas latitudes, só pode ser vista abaixo da linha do equador. Os antigos desbravadores dos mares, como Américo Vespúcio, Vasco da Gama, Cabral e Fernão de Magalhães, entre outros tantos iniciados nas escolas de navegação, como a de Sagres, por exemplo, aprendiam a buscar a “cruz” no céu para ter a certeza de seguirem a direção sul.

  Assim que ultrapassavam a linha do equador vindos do norte, ao cair da noite e com o céu claro, começavam a visualizar a cruz celeste no fundo do horizonte, que no começo aparecia apenas rápida e fracamente, formando, pequeno arco, que ia aumentando à medida que se navegava para o sul, o que garantia estarem seguindo a rota certa. Tanto assim que Fernão de Magalhães, famoso como o primeiro navegador a realizar a circunavegação da Terra, guiou-se exatamente pela constelação da “cruz do sul” para conseguir o feito, sem o que não teria obtido êxito, uma vez que a estrela da ponta inferior do cruzeiro, a alfa da Cruz, aponta sempre para o sul, ou ponto austral. Foi devido a isso que essa estrela passou a ser conhecida como a estrela de Magalhães, do mesmo modo que o mar mais ao sul do continente americano, quase próximo à Antártida, recebeu o nome de Estreito de Magalhães.
De qualquer modo, como a cruz é um símbolo católico, o cruzeiro do sul, impossível de ser visto no hemisfério norte, inspirou os sacerdotes e místicos da Igreja, que utilizaram o fato para dar significado cristão aos descobrimentos de novas terras ao sul e a oeste, em direção ao que a tradição oculta entendia como o “Novo Mundo”. Na verdade, desde muito antes da Ordem dos Templários, sabia-se que a evolução, ou a impulso evolutivo das civilizações obedece ao próprio movimento do sol, ou seja, do leste para o oeste, ou do oriente para o ocidente, fato conhecido esotericamente como “Itinerário de IO”. Então as ordens chamadas secretas tinham como objetivo dar andamento ao processo determinado pela Lei Superior. A Escola de Sagres, por exemplo, não era uma simples escola de navegação e nem o Brasil foi descoberto por mero acaso. Com a perseguição católica aos místicos Templários, acredita-se que esta ordem tenha sido dissolvida, porém a realidade é que ela se dividiu em outras, sob a égide da única e verdadeira Grande Fraternidade Branca, como a Ordem de Calatrava, a Ordem de Avis, a Ordem de Cristo, entre outras e a própria Ordem de Malta, daí a cruz do mesmo nome, atribuída a Vasco da Gama, mas que foi a mesma que figurava nas caravelas e brasões de Cabral e outros. O próprio Infante Dom Henrique de Sagres, fundador da escola do mesmo nome, era um alto iniciado da Ordem de Malta e de Avis, bem como eram Cabral, Colombo, Vasco da Gama, Vespúcio e outros. Havia a necessidade de se criar o Novo Mundo e esse impulso prosseguiu após os chamados Grandes Descobrimentos, em direção ao ocidente, com a ação de ordens como o Iluminismo, a Maçonaria, etc. que por serem representantes da Grande Fraternidade Branca, na época, estavam por trás do surgimento do Brasil, dos Estados Unidos, etc. países com função diferenciada em termos dos mistérios ocultos.
A relação do Cruzeiro do Sul com o Brasil, no entanto é bem mais profunda do que se imagina e não é á toa que a constelação faz parte da bandeira nacional, brasões, etc. O Brasil é responsável pela fusão racial que desenvolve uma nova raça que está relacionada à Nova Civilização, um novo modelo planetário de vida. São superabundantes as profecias, ditames e tradições que apontam este país como o Berço da Nova Civilização, a Pátria Planetária, que realizará a Concórdia Universal, ou Pátria do Avatara de Aquarius, o Maitreya das tradições milenares (que se manifestaria no Ocidente, num “tempo futuro”, que coincide exatamente com o atual). Todos os problemas que o país enfrenta atualmente fazem parte de um processo civilizatório estruturante, sendo que em nenhum país ocorre uma fusão racial (pacífica) tão intensa e as religiões convivem, em fraternal ecumenismo. Cabral e os altos iniciados sabiam disso. Os próprios nomes antes atribuídos ao Brasil (onde já estavam aqui mais de 300 mil nativos, não índios ou selvagens, mas um povo com língua e tradição milenar) foi inicialmente “Ilha de Vera Cruz”, e depois “Terra de Vera Cruz, ou da verdadeira cruz Santa Cruz”. Depois a Igreja tratou de substituir o “vera cruz” por “santa cruz”, para tentar dar uma conotação católica à “nova terra”, porém, o primeiro se deve a razões místicas derivadas do conhecimento que as Ordens Secretas tinham sobre a região do Brasil e o Cruzeiro do Sul.
E o Cruzeiro do Sul é a “verdadeira cruz”, porque em verdade as estrelas visíveis (ela possui 56 estrelas ao todo, sendo apenas 5 visíveis a olho nu) não é uma cruz de quatro pontas, mas de cinco. Ao observarmos o Cruzeiro do Sul no empíreo celeste, vemos uma cruz com uma pequena estrela próxima do cruzamento dos eixos, chamada “intrometida”. Ocorre que essa estrela está numa posição “acima” das 4 que formam a cruz, o que configura uma estrutura espacial de uma pirâmide, ou pentagrama, uma estrela de cinco pontas. O pentagrama, para a tradição iniciática, é um símbolo superior, a quintessência, o homem cósmico (um ser humano de braços e pernas abertas forma uma estrela de 5 pontas, já pregado numa cruz forma apenas 4 pontas, representando o estado de consciência primário). A cruz cristã fundamenta-se na teologia da fixação do Homem no quaternário (Cristo pregado na cruz). O sinal da cruz cristão se faz em 4 posições, relativas à trindade Pai-Filho- Espírito Santo, mas em verdade, para a tradição cristã antiga original são quatro: Pai-Mãe-Filho-Espírito Santo. Porém, no pentagrama (a verdadeira cruz), a ponta superior corresponde ao Segundo Logos, que vibra o Akasha, ou seja, o verdadeiro “céu” espiritual e dá sentido supremo às 4 entidades do cristianismo. Daí o Brasil representar a verdadeira cruz, só conhecida pelos iniciados e grandes adeptos, bem como a sua função na evolução humana.
Para a tradição secreta, o Cruzeiro do Sul, ou ZIAT (seu verdadeiro nome em agartino, cuja pronúncia certa vibra a sua essência)  é o reservatório cósmico dos cinco tatvas, ou forças sutis na natureza (terra fogo, ar, água e akasha). O Cruzeiro é um centro de irradiação no nosso céu, com uma função extraordinária, porque é dele que emanam ou fluem as 5 correntes de Vida, as 5 manifestações do Hálito Universal Criador que se infunde na Terra. É a expressão sideral do Segundo Trono, ou Logos (Mundo Celeste ou intermediário entre o divino e o terreno) cuja estrela constelar é essa quinta (Intrometida), mas que pode ser chamada de entronizada, abençoando o Mundo e o BRASIL em particular, assim se unindo em sua função oculta como 5.º Elemento versus 5.º Chakra, a Portugal, pátria gêmea numa só Missão. O Cruzeiro do Sul projeta-se na Terra como Hipóstase Amor-Sabedoria, representando a Mãe Divina carregando em seu seio estelar o Divino Filho, na condição de Andrógino Primordial.
Quatro Estrelas em redor de uma quinta, ou 4 Maharajas para um 5.º Maharaja em formação, também vale pela Rosa+Cruz sideral e, igualmente, por Raja-Sidhi, ou o “Fogo Místico de Cristo”, perfazendo um dos maiores mistérios que o ser humano pode conhecer, ligando a constelação ao Brasil.
“Um jato de luz, Projetado do Céu,
A Terra vem beijar, feliz,
Terra de Santa Cruz bem diz,
Nós te saudamos assim, Brasil!
Desenhando num Céu de anil
O teu símbolo: Cruzeiro do Sul.
Glória à nossa Obra
Santuário do Brasil
Símbolo de Paz e de Justiça
Esplendendo num Céu,
Num Céu de anil…”
Hino ao Santuário do Brasil -  De Henrique José de Souza

Comentários