Os domos misteriosos enterrados no Vale da Morte, na Sibéria

O que são os estranhos objetos metálicos e radioativos enterrados no solo congelado?

A Sibéria ocupa uma área de 10.007.400 quilômetros quadrados. É terra pra dedéu. Isso equivale a 58% da área da Rússia.
Geograficamente, a sibéria se divide entre a Planície Ocidental Siberiana e o Planalto Central Siberiano. O clima varia entre o polar e o continental. Na Sibéria situa-se o local habitado mais frio do mundo, a aldeia de Oymyakon.

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Como você já poderia esperar ao ler o título deste post, o lugar tem seu quê de bizarrice. Por ser uma área tão vasta e com grandes fontes de recursos naturais, mas com condições meteorológicas que não permitem sua exploração em uma boa parte do ano, a Sibéria ainda é um local pouco explorado. Há milhares de casos de pessoas que tentaram explorar essas regiões e nunca mais voltaram. Certamente, a maioria pareceu vitima de animais selvagens e principalmente pelo frio, que além de cortante é turbinado por um vento constante. As áreas florestais são em grande parte formadas de coníferas (pois são as espécies mais adaptadas para as nevascas) que não raro, formam paredões impenetráveis, desgastando os aventureiros que se embrenham pela região em busca de caças, tesouros e como no caso deste post, seus mistérios.
Desprovida de qualquer tipo de trilhas, o terreno é principalmente floresta densa, cheia de árvores desenraizadas, pântanos que se alastram por quilômetros sem fim e enxames de mosquitos.
O lugar é complexo para a exploração, porque em grande parte do tempo, o clima é polar. No período em que aquece, o solo vira uma lama pura, vastas áreas se convertem em pântanos e charcos. Andar lá é coisa para maluco. Por ser tão remoto, o lugar ainda tem a fama de ser berço de criaturas estranhas, além de possuir zonas anômalas, onde coisas bizarras acontecem.

Mesmo os habitantes mais selvagens do local – o povo Chuchuna – está longe de ser excepcional aqui. Eles nunca se metem à besta de ir a certas regiões.
Um dos grandes mistérios da Sibéria envolve uma área cujo nome é bem apropriado: Vale dos mortos(também chamado de vale da morte - Não confunda com o Vale da Morte nos EUA que é um deserto rochoso)
De acordo com documentos que registraram expedições realizadas no século passado, em grande parte expedições cartográficas e de caça, foram encontrados estranhos “sinos” metálicos, aparentemente de ferro, brotando do solo congelado pelas temperaturas de até 40 graus abaixo de zero.
Os registros de incursões de caçadores solitários, como os nômades Evenks e outros Yakutianos que andam nesses vales estranhos – ao que parece, pode haver mais de um – descreveram essas estranhas “casas de ferro” de forma hemisférica ( kheldyu ) surgindo do solo.

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Esta seria a aparência dos domos, segundo os relatos das testemunhas oculares.
Segundo os registros, são formações sempre lisas, avermelhadas, muitas vezes com uma abertura na parte superior. Todas tem uma escadaria sinuosa que leva até uma galeria circular com várias salas de ‘Metal’. Todas vazias.
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Os velhos Yakutianos não sabe a origem dessas “casas” ou a quem eles pertencem. Ninguém nunca descobriu o que era aquilo, nem pra que servia e muito menos, quem colocou aquelas coisas lá. São enormes.
O mais estranho ainda é o interior dessas “edificações” (inicialmente pensaram que se tratavam de construções). Ao adentrar o sino, se apresentou um conjunto de galerias subterrâneas, cujo acesso era feito por escadas sinuosas. Estranhamente, dentro do sino,  a temperatura ambiente é agradável e quente.
Os sinis também foram chamados de “caldeirões”. A cada nova expedição ao local remoto do vale dos mortos, os sinos se revelavam mais e mais afundados no solo.  Hoje, eles sumiram.
Bem, a verdade mesmo é que não sumiram, mas afundaram de vez. Apenas manchas revelam sua presença no local.  Isso levou a muitas pessoas teorizarem que os sinos são somente uma alegoria fantástica, uma invenção pura e simples da engenhosa mente humana.
O que não se consegue contestar é a alta radioatividade no local. Aliás, é a radioatividade a justificativa para poucos se arriscarem ali.  Acontece que esses lugares já se mostraram perigosos para animais e seres vivos. Ao se aproximar, você não percebe nenhuma grande mudança, mas quanto mais tempo passa perto da área dos sinos, ou caldeirões, a pessoa começa a se sentir doente. Surgem sintomas estranhos, com tonturas, enjôos e até  desmaios. Estranhamente, ao se afastar do local os sintomas vão gradualmente sumindo e você volta ao normal.
Seriam todos os sintomas produtos do efeito psicológico da sugestão?
A resposta é “Não” para o povo da tribo dos Yakutianos. Eles dizem que todo o ambiente seria a morada de demônios antigos, conhecidos como Niurgun Bootur e Tong Duurai. E são os demônios que causam o mal invisível que acomete as pessoas. Os sinos seriam seu caldeirões virados de ponta-cabeça. Os sábios das aldeias dizem que eles são forjados de um metal desconhecido, que parece com o cobre na cor. São incrivelmente duros e com bordas afiadas. Ninguém jamais foi capaz de cortar até mesmo um fragmento daquele metal. Nem mesmo arranhá-lo.
Eles declararam as áreas onde havia os caldeirões coo regiões amaldiçoadas e praticamente nunca vão lá.
Uma corrente ufológica defende que os estranhos sinos metálicos podem ser na verdade destroços de espaçonaves ou artefatos de origem alienígena, e as reações das pessoas derivam de emanações desconhecidas desses destroços.
A história de fato parece fantástica demais. Boa demais para ser verdade, afinal, se essas coisas estão mesmo enterradas lá, basta ir lá e ver, né, gente?
Pois é!  E teve gente que foi!

A expedição até o Vale dos Mortos na Sibéria

Mikhail Korecky de Vladivostok escreveu ao jornal Trud que ele fez incursões ao Vale da Morte três vezes.
A primeira foi em 1933, quando ele tinha só 10 anos de idade, a segunda em 1937 e, finalmente, em 1947, com alguns amigos.
Mikhail viu um total de sete “caldeirões”. Aquilo tudo parecia misterioso e ele se lembra de terem medido entre seis e nove metros de diâmetro. A vegetação ao redor deles era peculiar, mais exuberante do que as plantas ao redor, com folhas de bordas largas. O capim também era incomum, com o dobro da altura de um homem.
Na última visita, Korecky e seus companheiros passaram a noite em um “caldeirão”.

Embora nada de dramático ocorreu naquela noite, um dos amigos que dormiu no lugar perdeu todo o seu cabelo no período de um mês e Korecky desenvolveu duas pequenas pústulas no rosto que jamais cicatrizaram.
Em 1936, um geólogo foi visitar o local seguindo o Rio Olguidakh.
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Ele encontrou um “caldeirão”, que não estava totalmente submerso. Ele anotou que a parte hemisférica era de metal liso, com dois centímetros de espessura e tinha bordas afiadas. O metal era de cor avermelhada. Restava pouco mais de um quinto acima solo, mas havia uma abertura na abóbada que era acessível a uma pessoa sentada em uma rena. O geólogo enviou sua descrição para a cidade de Yakutsk, mas ninguém deu muita atenção.
Um velho caçador Evenki disse ter descoberto “alguma coisa” lá em 1971, mas também não deram muita atenção. O caçador alegou ter encontrado uma “toca de ferro” no chão. A descrição do caçador chama a tenção porque aparentemente ele foi a um outro local que também havia um “caldeirão”. Ele diz em que entrou na “toca” e lá dentro viu corpos magros, negros, de uns seres de um olho só vestindo o que ele chamou de “trajes de ferro”. Ninguém acreditou no cara, apesar de sua vontade de mostrar sua descoberta a quem quer que estivesse interessado em bancar uma incursão lá. Ninguém quis, e infelizmente, ele já morreu.
O lugar ficou completamente esquecido por todos até meados de 1979, quando uma expedição arqueológica partiu de Yakutsk.
Apesar da equipe ter um guia – um velho colono que dizia ter visto os “caldeirões” em sua juventude – a expedição não conseguiu localizá-los.

A área onde eles deveriam estar havia mudado drasticamente nos anos seguintes. A vegetação tinha crescido, de tal forma que não se podia ver mais do que 10 passos à frente, fazendo a descoberta uma simples questão de sorte.
O pesquisador russo Dr. Valerey Uvarov argumenta que os misterioso objetos poderiam ser uma arma antiga de outra civilização:
Extraterrestres construíram nos tempos antigos, e agora eles operam automaticamente, depois de ter derrubado o meteorito de Tunguska em 1908, o meteorito Chulym em 1984, e mais recentemente, o meteorito Vitim em 2002. Hoje, os níveis de radiação na área estão subindo de novo e vida selvagem está deixando a floresta como se em preparação para um evento iminente.
O misterio dos caldeirões que desapareceram ainda deixa muitos investigadores de assuntos gumps com a “pulga atrás da orelha”. Eram formações naturais? Eram artificiais? Será o Dr. Uranov um viajante na maionese? Teria o caçador visto corpos no interior do sino mesmo ou ele seria somente um loroteiro contumaz?
Se aquelas coisas fossem mesmo de origem artificial, como todas as descrições históricas alegam ser, quem os construiu e com que finalidade?
Evidentemente a história das pústulas que não curam e pessoas que perdem os cabelos após dormir no local sugerem fortemente algum grau de radioatividade. Sabendo disso, não é de se admirar que tão poucos malucos queiram se meter naquele lugar dos infernos em busca deles.

Uma nova expedição

Segundo o chefe da expedição, o cientista Ivan Makerle, a busca por encontrar e estudar os domos de metal antes que sumissem para sempre da superfície da Terra, foi o que motivou essa expedição.
Os membros não acreditavam nas histórias do caçador envolvendo corpos de seres cíclopes, e nem que seriam ovnis. A preocupação deles era só uma:Descobrir se os tais caldeirões realmente existiam e se a resposta fosse sim, entender o que de fato eles eram.

O maior problema de Makerle foi descobrir como localizar dos caldeirões na taiga impenetrável.
A melhor informação que eles tiveram sobre o local era uma vaga noção de que eles se encontram em algum lugar ao longo do rio Olguidakh, um afluente do Viliuy, que surge nas profundezas da taiga.
Já não havia mais testemunhas oculares que poderiam levar sua equipe lá. Dadas as dimensões siberianas e os riscos envolvidos, a incursão a pé estava fadada a um fracasso.

Visok diz que a única solução viável era uma exploração panorâmica do alto, em uma época do ano que a neve havia derretido e as árvores estavam com poucas folhas. Isso dava uma janela pequena de observação aérea, mas era tudo que eles tinham. Mas ainda assim era melhor que tateando, procurar a “agulha num palheiro”.
Um piloto pode explorar em uma hora o que levaria um mês a pé.
Além do mais, Makerle diz que ele podia voar sobre uma área selecionada e filmar a paisagem abaixo dele em busca de anomalias geográficas.
O problema é que ele não podia pagar um helicóptero, já que uma hora de vôo custa 1.500 dólares.
A solução do problema veio por intermédio de Jirka Zitka,o piloto da equipe. Ele conseguiu uma asa delta propelida a motor. Após analisar com cuidado as opções, eles rejeitaram esta opção, porque seria muito difícil de decolar e também pousar em caso de emergência.
No final, optou-se por um parapente a motor que pode decolar e pousar em uma pequena área.

O início da aventura

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A expedição começou quando o transporte os deixou em uma ponte sobre o rio Olguidakh e seguiu pela estrada poeirenta para a cidade de Mirnyj. A equipe eracomposta por três geólogos, um astrofísico, um engenheiro mecânico  e 3 assistentes de pesquisa.
Ali a equipe colocou seus equipamentos em um bote inflável e embarcaram num outro bote menor. O guia era Sláva Pastuchov, um materialista, que não acredita em lendas e que foi com eles para pescar, caçar e, mais importante ainda, ajudar na sobrevivência do grupo. Sláva era um caçador experiente, mas após o inicio da expedição, ele se separou do grupo.
Segundo dizem, Vale da Morte é na verdade uma cadeia de vales em torno das margens do rio. A fim de explorar todo o trecho de 200 quilômetros do rio, a equipe o dividiu em várias partes.
Eles iam parando e acampando em cada uma delas. Mas só se o mato, e áreas pantanosas permitiam.
Decolar com o parapente na taiga não era tarefa fácil.Era importante manter uma corrida estável, desviando de raízes e buracos traiçoeiros, carregando 30kg de equipamento nas costas.
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Para piorar eles não tinham experiência. Nunca haviam voado com parapentes a motor. Pavel Stepán, um dos piloto, após um vôo pelo quadrante, gritou animado:

-”Eu encontrei alguma coisa!”
Após o desembarque seu pára-quedas ele contou o que viu do alto e mostrou na tela de sua câmera de video: – “Eu vi esse círculo estranho, naquela direção!”, disse ele, apontando para o leste do rio.
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A equipe rapidamente ajeitou as tralhas, desmontaram o acampamento e seguiram na direção indicada pelo piloto.
Ele estava certo! No meio de uma paisagem monótona surgia um estranho anel. Era uma forma totalmente antinatural.
Com a ajuda de um computador, a taiga ao redor e também com as nossas imagens de satélite do Google Earth, determinaram as coordenadas exatas do círculo estranho.
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A posição das anomalias no mapa
Entusiasmados com a perspectiva de encontrar o primeiro ‘caldeirão’, abriram uma garrafa de vodka e comemoraram.
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As coisas ficaram estranhas a partir daí.
Apesar de ser junho, tempo quente, eles foram surpreendidos por uma noite de nevasca.
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Quando a neve não recuou pelo segundo dia, os membros da expedição perderam a paciência e partiram, em busca de um local misterioso. Seguindo indicações do GPS, subiram uma colina baixa, seguindo através de moitas de neve até darem de cara com uma clareira no topo da colina de onde puderam ver o círculo que o piloto relatara. Não se parecia com nada que eles já tivessem visto em todo tempo de incursão pela Taiga.
Ali estava uma lagoa circular com precisos 50m de diâmetro. No centro havia uma mancha circular de terra de aproximadamente 30m de diâmetro. Com tal precisão, certamente não era formação natural. Era um anel com uma abertura no centro.
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A equipe desceu a colina e foi até o local. Usaram dois galhos compridos para testar a terra abaixo de seus pés para se certificar de que não era um pântano traiçoeiro.
Eles se entreolharam espantados: “devemos estar em cima de um caldeirão afundado”.
Sob a neve e uma fina camada de lama, um dos galhos bateu em alguma coisa sólida. Seria apenas gelo?
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Cuidadosamente, eles continuaram até o centro do círculo, parando em frente do que deveria ser a abertura. Ao enfiar a estaca, o galho desceu quase 3m até desaparecer sob a superfície da água gelada.
Poderia ser um “caldeirão” gigante, agora totalmente submerso na terra congelada? A equipe acreditava que havia achado um dos famosos caldeirões, mas ele estava inacessível debaixo dágua, e não havia indícios do que teria descongelado a neve somente ao redor do objeto.
Eles anotaram e registraram tudo que puderam e prosseguiram, rumando rio abaixo. Foi quando outro suposto caldeirão surgiu.
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Era um local muito similar. Uma lagoa perfeitamente circular, mas desta vez apenas 10 m de diâmetro. Desta vez eles sentiram claramente o domo! Era liso, sólido, gigantesco e ligeiramente curvo na cúpula, e estava coberto por uma camada de lama.
Com a ajuda de uma vara, sondaram a sua forma, mas eles não tinham equipamentos para levantar a coisa do fundo. Seria preciso bombas potentes para drenar a água e remover a lama. Ficou decidido que para isso seria necessário uma expedição mais bem equipada e financiada.

Eles batiam com a vara contra o fundo e ouviam o som metálico como o de um tambor açoitado por marteladas. Tinha algo ali e não parecia pedra.
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Depois acharam um terceiro lado. Todos com as mesmas características, mas este último aparentava estranhas alterações de ordem magnética.
Foi quando chegaram no terceiro “caldeirão” que os famosos sintomas relatados até pelas tribos locais se manifestaram.
Quase todos foram atingidos por problemas de saúde estranhos após a noite perto do caldeirão afundado. Ivan Makerle foi subitamente tomado por vertigens, o que lhe provocou desmaios, labirintite, asfixia e até calafrios… Exatamente como as lendas antigas dos Yakutian diziam.
Ele nem mesmo conseguia ficar de pé. O quadro só piorava a cada hora que passava. Ivan ficou cego, e já estava incapaz de comer ou beber qualquer coisa. Para piorar começou a nevar novamente e as tendas foram enterrados por outra tempestade de neve.
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O tempo não queria colaborar e depois de mais de geada e um vendaval norte, todos da equipe estavam um trapo. Todos encharcados e cansados, mas somente Ivan estava sofrendo as estranhas reações físicas. Eles decidiram apostar na sorte e ainda passaram mais uma noite sob neve e gelo, na esperança que o tempo melhorasse e eles pudessem explorar mais.
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Quando amanheceu o dia seguinte, o tempo havia amainado, mas Ivan Makerle estava bem pior. A equipe começou a temer que ele fosse morrer. Assim todos desmontaram o acampamento e embarcaram na balsa. Passaram toda a noite e outro dia seguinte, descendo o rio. Estavam fugindo do Vale da Morte o mais rápido que podiam.
Ivan contou à revista Fortean Times que enquanto sua expedição não encontrou uma prova irrefutável e cabal da existência dos domos ou “caldeirões” metálicos, ela não retornou de mãos vazias:
Tínhamos descoberto algo mais, algo muito significativo! Uma jazida de minério de titânio. Outra descoberta ocorreu durante a realização de nossa pesquisa aérea para os “caldeirões”. Encontramos mais um lugar peculiar – um campo perfeitamente circular de pedras marrons oxidadas, onde a agulha da bússola enlouquecia. Uma montanha magnética, provavelmente.
É possível que a tal montanha magnética seja produto de um impacto de meteorito.
Todos sabem que a região, do ponto de vista geológico, é bem peculiar.
A equipe coletou indícios de sítios minerais onde supostamente poderiam indicar jazidas de diamantes. Diamantes são comuns naquela área. A maior mina de diamantes fica cidade de Mirnyj, o centro regional de onde eles haviam embarcado para a aventura na taiga.
Ao chegarem em Praga, Ivan mostrou as amostras de rocha de um geólogo. Ele confirmou que ali estava magnetite e ilmenite, um minério de ferro e titânio. O especialista disse que eles poderiam vender as coordenadas desse monte magnético anômalo para os russos, por um preço muito favorável.

Há muitas suposições para explicar o que poderia estar ali. Geodos? Formações geológicas desconhecidas?
Há quem sistente que aqueles domos são produto da Terra. Seriam depósitos secretos de detritos nucleares?  Se sim, isso é o que explicaria a radiação.  Essas pessoas supõe que os caldeirões sejam  “silos de lançamento” ou mesmo ogivas velhas. De fato, dado o poderio bélico nuclear da antiga União Soviética, podemos imaginar que el algum lugar daquele país enorme deve haver um lixão para a descarga de sobra nuclear. Porém, isso não explicaria como os índios locais já descreviam esses objetos antes mesmo da era atômica. Muito menos as testemunhas oculares que registraram nos jornais locais e nos anais da Sociedade Britânica de Geografia as suas impressões.  Considerando que não há estradas para o local, como esse material teria se depositado lá?
E por que o material não foi enterrado sob uma montanha como fazem nos EUA e demais países? Seria o mais fácil, simples e principalmente mais barato que envolver um aparato aéreo para lançar detritos numa região remota da Sibéria.
O local levanta perguntas que não tem uma resposta simples.
Os meios de comunicação russos fizeram um pouco de sensacionalismo com a expedição, dizendo que eles fugiram do local. A grande verdade é que o maior problema era a falta de financiamento. Ainda hoje, este é o verdadeiro obstáculo para todos os que querem ir lá e caçar os “caldeirões”.
Ivan disse ainda que ele já foi orientador de duas equipes de exploração diferentes que planejam ir até lá. Saindo de Mirnyj. Um delas, seria liderada por Andrey Yevteyev, e entre os equipamentos, levará uma bomba de água para drenar a piscina central e, em seguida, cavarão o resto até expor o domo. Ivan Mackerle, o explorador que protagonizou a última grande aventura em busca do domo morreu em Praga, dia primeiro de março deste ano.
Quando Ivan contou sua aventura ao Fortean Times, ele disse que um outro grupo, liderado por Yury Krivoruczko, provavelmente iria definir seu plano de ação com relação aos domos. Eu procurei alguma informação, mas acho que essa expedição nunca ocorreu.
Até agora, parece que só a de Mackerle foi relativamente bem sucedida.
Investigando mais a fundo descobri dois caras que investiram uma grana para uma pesquisa aérea de mapeamento dos domos em 2008. Aqui está o link com as fotos da expedição deles. Eles usaram um helicóptero super leve para fazer uma varredura na área.
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Ao que parece eles acharam o morro magnético que o Ivan contou que havia achado antes de morrer.
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Não são formações que me parecem naturais. Mas como esta porcaria apareceu no meio da Taiga? De onde veio este material e por que não há vegetação nele? Por que tanta rocha fragmentada numa planície se não há nenhuma área escavada?
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Não quero fazer o papel de debunker aqui, mas temos que ter em mente que hoje, tirando o morro que ele citou que está aqui em cima destas linhas, não temos mais que desenhos e alegações da existência dos domos, e alegações, obviamente não provam nada.
É importante ter em mente que alegações e desenhos não garantem nada e tornam os domos tão reais quanto o Incrível Hulk ou o Coelho da Páscoa.
Então será que os domos não existem? Serão apenas lendas e sensacionalismo para vender documentário pro History?
Outra pergunta que eu levanto tem a ver com a possibilidade disso existir mesmo e estar como dizem, lentamente afundando. Se está afundando, essas coisas não devem ser tão antigas assim, ou estariam afundando tão lentamente que estariam lá, pelo menos com alguma parte fora d´água ainda hoje.  Por mais pesado que um objeto seja, chegará uma hora de compressão do solo que ele não irá afundar mais. Como domos tão grandes ainda estão afundando ali? Eu não sei responder isso.
Pesquisando para este post, me deparei com um mistério adicional aos domos. Os mais famosos mistérios da Sibéria envolvem este domo, a estranha explosão de Tunguska, e uma coisa que eles chamam  de “o ninho da águia de fogo”. E disso tem foto!
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Acima da taiga verde brilhante surge esta montanha cinza. Não se engane pela foto, isso é gigantesco! A cratera tem 70 metros e um diâmetro de eixo externo de 180 metros.
A massa cinza domina a paisagem local e atrai a atenção de qualquer ponto visível. Para sua “construção”, de acordo com os cientistas, seria necessário pelo menos meio milhão de toneladas de rocha!

Então: Que merda é essa?
Não há indicio de magma e não é vulcão. A vegetação não crescer ao redor. Nunca cresceu.
O povo nômade Yakuts diz que este lugar é chamado de “Ninho da águia de fogo”.
Segundo dizem, os animais não gostam de ir ali, e as pessoas que lá estiveram disseram sentir um estranho desconforto.  (observe a similaridade com os domos)
Embora essa cratera já fosse conhecida há várias décadas, por estar no meio do nada, só recentemente (em 2005) uma expedição formal foi feita. Misteriosamente, o geólogo, e um dos principais pesquisadores do Instituto de Geoquímica SB RAS Evgeniy Vorobievo, membro da expedição teve um ataque cardíaco e morreu no caminho para chegar lá.  A autópsia mostrou  um ataque cardíaco fulminante. Com a tragica morte a operação foi abortada.
Uma nova expedição ocorreu em 2006, e dessa vez foi bem sucedida.
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Ela envolveu uma equipe formada por dois doutores em ciências geológicas, mineralógicas: Victor Antipin do Instituto de Geoquímica, da Academia Russa de Ciências e Alexander Dmitriev, professor da Irkutsk State Technical University, e um Ph.D. em Física e Matemática chamado  Sergei Yaz, que era  diretor do Observatório Astronômico de Irkutsk. A expedição foi financiada por um canal de Tv e um jornal.
Após uma série grande de pesquisas no ninho da águia de fogo, eles determinaram com base na vegetação ao redor da cratera que ela tem cerca de 250 anos de idade. Análises usando um  magnetômetro de prótons  indicaram que :
  • Tais anomalias não existem em qualquer outro lugar do mundo;
  • Por sua idade,  cerca de 250 anos, ela não está relacionada ao meteorito de Tunguska;
  • O Ninho da águia de fogo não é radioativa, mas em torno dele há uma anomalia magnética significativa. Presumivelmente isto é causado por um objeto de metal que encontra-se a uma profundidade de 100 a 150 metros;
  • A cratera ainda está “viva” e está mudando a sua forma.
A análise dos dados sismológicos e geológicos dessa cratera, segundo dizem, indica um padrão cilíndrico, muito sólido, com dez metros de altura enfiado na terra. Esta conclusão seria dos especialistas do Instituto Metropolitano de Problemas em Mecânica (IPM) da Academia de Ciências da Rússia.
Desde tempos da União Soviética, o  laboratório se estuda a profundidade de penetração de corpos rígidos que voam em altas velocidades no solo. Esse foco de pesquisa foi determinado por ordens de militares que estavam interessados ??no comportamento dos mísseis balísticos ao bater numa superfície – diz o Doutor em Ciências Físicas e Matemáticas, e chefe do Laboratório de Ondas Dinamicas IPM-RAS Igor Simonov.
Então, de possa das fotos e dos dados colhidos na expedição com todas as dimensões da cratera da águia de fogo, decidimos ajudar a equipe de investigação a determinar  se ela poderia mesmo ter sido formada a partir da queda de um corpo celeste.
O resultado do trabalho do Dr. Simon e seus colegas no laboratório é o artigo “Modelagem matemática e experimental da cratera Patomskiy.”
A conclusão da pesquisa é que ela foi formada por um objeto cilíndrico pesado e desconhecido que afundou ali. Os modelos matemáticos e simulações mostraram que ao laçar um objeto cilíndrico, a cratera se formava exatamente como está lá. O objeto penetrou fundo, mas a  uma certa profundidade, seu mergulho foi interrompido, e isso se deu antes de atingir a cavidade subterrânea preenchida com gás sob alta pressão, – a existência de tais bolsões de gás na área já era conhecida por geólogos.  - Este gás vem agindo como um pistão, é empurrado lentamente o objeto para a superfície de rocha moída.
Ao ser perguntado o que seria o “objeto” o cientista é direto:
Eu não faço ideia! Eu sou um mecânico e eu não posso discutir de forma adequada sobre a natureza deste elemento. Mas, como a cratera Patomsky  é um fenômeno único, é lógico supor que o objeto pode ser também algo de natureza excepcional.
Ao ser perguntado se foi possível determinar o tamanho de um objeto, ele disse que de acordo com os cálculos, afigurou-se a dimensão de 6 a 16 metros, e um diâmetro do cilindro de cerca de três metros. Maior precisão na medida estimada do objeto envolveria compreender dados que não existem, como a velocidade de impacto.
O cientista também nos diz algo curioso: É certo que não houve explosão. Segundo ele, isso ficou evidenciado pela forma da cratera. Não há pedaços de rocha espalhadas aleatoriamente ao longo de um vasto território.
Sabe-se que o misterioso objeto penetrou entre 100 a 300 metros no morro. Mas são dados aproximados por não haver o dado de velocidade de impacto.

Curiosamente, a profundidade do cilindro misterioso, calculada pela equipe do Dr. Simonov do Instituto de Problemas em Mecânica, da Academia Russa de Ciências, é consistente com as conclusões dos membros da expedição até a cratera em 2006:
O Professor da Universidade Técnica Estadual Irkutsk, Doutor em Geologia e Mineralogia Alexander Dmitriev. Informou que os resultados da pesquisa de magnetometria da cratera apontaram a profundidade de 150 metros para o objeto anômalo. Sessa forma, dois estudos independentes apontam resultados semelhantes. Posteriormente o PhD Igor Yermolayev do Instituto de Mecânica, da Universidade Estadual de Moscou realizou outra série de experimentos, e provou que o objeto em queda poderia não ser um o cilindro, mas os dois corpos, colidindo um após o outro, voando a uma velocidade de mais de 6,5 km/s.
Isso deixa tudo ainda mais estranho, já que não parece ser o caso de um meteorito. Quem explica é o próprio Igor:

Dois meteoritos não podem voar um após o outro, chegando a um só ponto! Mesmo que o corpo sofra uma grande divisão no ar, em seguida, cada pedaço voa em direções diferentes …
Ao que parece, os mistérios que surgem na Taiga siberiana não devem acabar tão cedo. Até o momento, não vi nenhum rumor ou plano de nova expedição até o local das anomalias. Creio que ficaremos sem saber se há realmente algo não terrestre enterrado lá. Enquanto  novos aventureiros  não expuserem o mistério das entranhas congeladas da Taiga, o inquietante mistério do que realmente existe no Vale dos mortos ainda permanecerá  sem solução.
Aqui estão as coordenadas para a cratera – http://goo.gl/maps/DDrlY
E aqui as coordenadas para os domos – http://goo.gl/maps/7I3B4
Não dá pra ver legal na área dos domos pela imagem de satelite do google, que tem baixa resolução. No mapa do bing a resolução é melhor e eu acho que localizei o ponto de um dos domos. Se não for ele, tem alguma coisa redonda lá que tb não sei o que é. Eu fiz o print da imagem:
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