Você: A Fonte!

“Quando surge um sentimento de ódio contra uma pessoa, ou um sentimento de amor por alguém, que fazemos? Nós, normalmente, o projetamos sobre a pessoa.

Se você sente raiva de alguém, você se esquece completamente de si mesmo nessa raiva, e esse alguém se torna o seu objeto. Se sente amor , você esquece completamente de si mesmo, e o objeto de seu amor se torna o centro.

Você projeta seu amor, seu ódio ou outra coisa qualquer sobre o outro. Você se esquece completamente do centro interior do seu ser; o outro torna-se o centro.

Quando o ódio, o amor ou outro sentimento qualquer a favor ou contra alguém surgir, “Não o projete na pessoa em questão”.

Lembre-se sempre de que você é a fonte.

Eu o amo. O sentimento mais comum é de que você é a fonte do meu amor. Mas, na verdade, não é assim. Eu sou a fonte. Você é apenas a tela onde projeto meu amor. Você é só uma tela; eu projeto meu amor em você e digo que você é a fonte do meu amor. Isso é ficção. Eu lanço a minha energia de amor e a projeto em você. Nessa energia amorosa projetada em você, você se torna encantador. Talvez não o seja para outra pessoa. Talvez seja absolutamente repulsivo para outro. Por quê? Se você fosse a fonte do amor, então todos deveriam sentir amor por você. Mas você não é a fonte. Eu projeto amor e então você se torna encantador; outro projeta ódio e você se torna repulsivo. E outra pessoa não projeta nada – é indiferente, talvez nem mesmo olhe para você. O que está acontecendo? Estamos projetando nossos próprios estados para os outros.

É por isso que, se você está em lua de mel, a lua parece tão linda e milagrosa.  E, na mesma noite, para o seu vizinho, esta noite milagrosa pode não estar existindo. O filho dele morreu, então a mesma lua é triste, intolerável. Mas, para você, é encantadora, fascinante. Por quê? A lua é a fonte ou é apenas uma tela na qual você está-se projetando?

Se alguém chegar a um Buda e o insultar, não será capaz de criar nele nenhuma raiva. Se você bater num Buda, só sairá compaixão, porque nele só a compaixão existe. Ou, se chegar a Jesus, Jesus lhe dará a outra face. Ou, se chegar a Bodhidarma, ele vai morrer de rir. Isso depende.

 … Lembre-se de que você é a fonte … por isso, não se dirija para o outro: dirija-se à fonte. Quando sentir raiva, não se dirija ao objeto. Vá para o ponto de onde provém a raiva. Não vá à pessoa a quem ela está sendo dirigida, mas sim para o centro de onde ela vem. Dirija-se para o centro; vá para dentro; use a sua raiva, o seu amor, ou qualquer outra coisa como uma jornada em direção ao centro interior até a fonte.

Dirija-se à fonte e permaneça centralizado aí.

O outro não é a fonte. A fonte sempre está dentro de você. O outro está apenas atingindo a fonte, mas, se não existir raiva dentro de você, ela não surgirá. Fique centralizado aí, na fonte; não se dirija para o objeto.

… Tudo vem da sua fonte!”

Osho


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