Medindo até 1 metro de comprimento, o caranguejo-dos-coqueiros (Birgus latro) - também conhecido como ladrão-de-coco - não é apenas a maior espécie de caranguejo terrestre do mundo. Trata-se também do maior animal terrestre do filo dos artrópodes, que inclui insetos, aranhas e crustáceos.
Na realidade, dentre todos os artrópodes do planeta, o ladrão-de-coco só é menor que o caranguejo-aranha-gigante (Macrocheira kaempferi, foto), que vive no meio aquático marinho, onde pode suportar melhor seu peso médio de quase 20 kg.
Apesar de seu tamanho, pouco se sabe sobre as populações de ladrões-de-coco da Terra. Eles são classificados como espécie deficiente de dados (DD) pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), o que significa que os especialistas não sabem o suficiente para poder determinar se essa espécie está ou não ameaçada de extinção.
Esses caranguejos vivem em pequenas ilhas da região tropical dos oceanos Índico e Pacífico. E, apesar do nome, têm uma alimentação variada que inclui frutas suculentas e até caranguejos menores.
Coco para comer e morar
Caranguejo bate no coco até ele abrir e usa casca para forrar sua toca
Quando decidem comer um coco, eles rasgam a casca em tiras usando suas pinças e, em seguida, batem na fruta repetidamente até que ela se rompa.
Os ladrões-de-coco moram em tocas subterrâneas, forradas com fibras da casca de coco. Diferentemente da maioria dos caranguejos, eles são praticamente seres terrestres e só vão ao mar para depositar seus ovos.
As populações de ladrões-de-coco nunca foram estudadas a fundo, por isso não se sabe quantas espécimes restam no mundo.
"Historicamente, esse tipo de caranguejo foi alvo de caçadores, mas não por muitas décadas", diz Heather Koldewey, da Sociedade Zoológica de Londres, na Grã-Bretanha. Hoje em dia, muitos servem de presas para ratazanas, que foram introduzidas às ilhas onde eles vivem.
Caranguejos x ratazanas
Apesar de servir de presa para ratazanas, ladrão-de-coco às vezes consegue matá-las e comê-las
Koldewey e seus colegas agora estão realizando a primeira grande pesquisa sobre as populações de ladrões-de-coco, tendo começado por três atóis no Arquipélago de Chagos, no Oceano Índico.
A bióloga diz que ainda é cedo para definir a situação desses animais, pois serão necessários mais alguns anos de levantamentos.
Mas, segundo ela, as ratazanas representam um problema, principalmente em ilhas com pouca vegetação. Mesmo assim, os cientistas observaram que, algumas vezes, os caranguejos levam a melhor e comem as ratazanas.
Pelo menos em Chagos, os ladrões-de-coco devem permanecer a salvo. "Chagos é uma reserva marinha totalmente protegida do homem, e este ano a entidade responsável pelo parque começou um programa para erradicar as ratazanas", explica Koldewey.
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