Ainda residem neste mundo povos que acreditam que a energia de todas as coisas é o maior Deus do universo. Existem outros, que nunca tomaram banho na vida e tem um perfume e brilho de pele mais vibrantes que a maioria de nós que mantemos nossos hábitos tradicionais de limpeza. Esses são povos que vivem à sua própria maneira, interpretando a natureza como esta tem se mostrado para eles desde o inicio da história humana.
No meio desse mundo acelerado, organizado e de sapatos limpos e engraxados, existe um universo paralelo onde vivem povos que se mantém em uma rotina muito próxima de quando tomaram a consciência de que eram vivos e de que precisavam caçar para se alimentar, precisavam fazer abrigos para o clima não os congelar ou desidratar e que precisavam acreditar que a morte (o tempo), não existe, que vivemos apenas uma passagem e os antepassados falecidos permanecerão entre eles por toda a eternidade. Essas são as últimas comunidades que vivem de maneira tribal em nosso mundo, cujo fotógrafo Inglês Jimmy Nelson, decidiu retratar em sua grande caminhada pelos continentes. Apesar de ser estimado pela ONG Survival International, que há mais 107 tribos não registradas no mundo, estão nesse ensaio sensacional um grande número de tribos existentes em locais de muito difícil acesso na Terra.
Esse é o povo Maasai, encontrado no serenqueti. Desde pequenos são preparados para serem grandes guerreiros, na verdade acreditam ser o último povo guerreiro do mundo. O ancião é muito respeitado em sua cultura e desde pequeno eles já sabem que terão de absorver muito conhecimento para criar o gado e proteger sua família de todo o tipo de predador ou invasor. Eles são monoteístas e acreditam que o Deus criador de tudo fez o céu e a terra e deu os gados para que eles cuidassem. Como estética, costumam perfurar a orelha e praticar o alongamento de seus lóbulos, além de usarem aros de metal em suas orelhas esticadas. Mulheres raspam a cabeça e retiram dois dentes do meio do maxilar inferior (para entrega oral da medicina tradicional). A tribo Maasai, tem sua riqueza medida pelo número de gado e filhos que tem. Os homens podem ter tantas esposas quanto eles possam sustentar. Cada mulher é responsável pela construção de sua própria casa. Os Maasai são famosos por seu salto de dança (Adumu), realizada pelos homens da aldeia, que saltam no ar para mostrar a sua força e resistência como guerreiros tribais. Seus saltos altos, são acompanhados pelo canto de outros membros do grupo.
Himba- Namibia
A comunidade Himba, está localizada no sul da Àfrica. Eles vivem próximo ao rio Kunene, que divide Namíbia e Angola, e circulam livremente entre os dois países. Essa terra é simplesmente uma das mais selvagens da Àfrica. Eles vivem muito distantes do resto sociedade, mantendo fielmente suas tradições intocadas desde o século XV. Esse povo mantém a dinâmica seminômade e viajam pelo deserto como os leões e elefantes em busca de água para si e para o gado, este centro de sua cultura.
No passado, essas famílias eram verdadeiramente donas de suas terras em Namíbia, porém, após o extermínio de 1904 (comandado pelo general alemão Von Trotha), perderam seus direitos naturais sobre a terra e vivem “alojadas”, em fazendas que são propriedade de descendentes de colonizadores do país. Mantem costumes estéticos curiosos como o fato de suas mulheres desde que nascem nunca tomarem banho, apenas fazem uma mistura de manteiga e pó de uma noz e espalham pelo corpo para se protegerem do sol, essa mistura lhes dão uma linda cor avermelhada na pele. As relações familiares estão muito distantes das quais conhecemos. Homens e mulheres não são monogâmicos, e é praticamente exigido que mulheres se relacionem com mais de um homem para serem consideradas férteis e produtivas a vida (as mulheres consideram-se felizes com isso). O trabalho da tribo fica praticamente todo sobre as mulheres sobrecarregando-as , estas ordenham, cozinham, produzem vestimentas, artesanatos, transportam variados tipos de alimentos pesados por longos caminhos e ainda devem educar os filhos e tomar as decisões mais importantes da tribo, como a de quem vai para a cidade estudar (apenas 5% da população Himbra vaia escola). Esses fatores configuram essa tribo como sendo praticamente matriarcal. As tentativas cada dia mais frequentes dos povos ocidentais de civilizar essa região, como propostas de construção de fábricas e hidrelétricas, vem ameaçando essa forma de sobrevivência. Só nos resta observar essas imagens enquanto há tempo para isso.
Dani- Papua/Nova Guiné
Os Dani vivem 1600 metros acima do nível do mar, no meio da montanha gama de Papua Indonésia Jayawijaya. Eles são agricultores e usam um sistema de irrigação eficiente. Achados arqueológicos provam que o vale tem sido cultivado por 9.000 anos. Por serem guerreiros persistentes, conhecidos por lutarem bravamente por seu território, são o povo mais temido da Papua. Porém, não comem carne humana, nem mesmo de seus inimigos. As tribos têm uma extraordinária e rica comunicação por via oral. E como tradição, contam mitos, contos populares, provérbios mágicas e encantos.
Esteticamente os homens utilizam o koteka ou cabeça de pênis. A cabaça é uma peça de roupa tradicional. Sem ela, os homens consideram-se nus. As ferramentas das tribos não mudaram em milhares de anos: machados de pedra, sacos pendurados na testa, arcos de cinco ou seis metros de comprimento e pontas de flechas esculpidas especificamente para fins particulares, como matar grandes pássaros ou seus inimigos continuam a ser utilizadas até os dias de hoje. Sua cultura material é limitada às coisas indispensáveis da vida diária. No entanto, eles apreciam o luxo modesto de adornos corporais.
Maori- Nova Zelândia
Os Maori são a população aborígene da Nova Zelândia. Hoje a população Maori, originalmente da Polinésia, totaliza 15% da população neozelandesa. Os Maori tem uma tradição cultural muito forte, mantida com custo por seus antigos e atuais membros. Esta população indígena se diferencia de outros povos colonizados, como os índios brasileiros, os norte americanos e os Aborígenes australianos pelo fato desses povos terem sido massacrados pelos seus colonizadores e terem "decidido" abandonar sua tradição e adquirir os costumes e regras do colonizador. Já com os Maori, ocorreu diferente, estes, resistiram o quanto puderam, lutaram batalhas sangrentas e até mesmo se alimentaram dos corpos de seus inimigos. Essa postura fez com que os colonizadores desistissem de guerrear e propusessem um acordo com os Maori, e assim aconteceu. A cultura Maori é rica e baseada fortemente em sua religião que é politeísta.
A arte é um elemento muito forte e original. A Dança e a Música Maori estão presentes o tempo todo, e canta-se (ou chora-se cantando), até mesmo em enterros. As músicas em geral, contam a história de uma pessoa ou de uma lenda, e são bonitas de ouvir. No artesanato, os Maori são mestres nas esculturas em madeira e nas artes trabalham com desenhos geométricos com significados espirituais.
Os Maori utilizam um costume muito peculiar que é o de tatuarem seus corpos para mostrarem status e para guardarem histórias de família. As mulheres geralmente são tatuadas no queixo e os homens no braço. Atualmente está diminuindo o número de Maoris tatuados.
Kazakhs- Mongolia
São os descendentes de turcos, do povo mongol e tribos Indo-iranianos e hunos que povoaram o território entre a Sibéria e o Mar Negro.
Eles caçam com águias, tocam instrumentos de duas cordas e vivem a uma elevada altitude necessitando de cavalos para se locomoverem. Os cavalos são artigos de extrema necessidade, utilizam tanto para caçarem quanto para se locomoverem no rígido inverno das montanhas. O inverno nas montanhas chega a ter 30°C negativos. Os cazaques da Mongólia são (como os seus irmãos na Cazaquistão, Uzbequistão, China e Rússia), um povo turco provenientes de partes do norte da Ásia Central.
Yali- Papua Indonésia/ Nova Guiné
São uma tribo que vive nas montanhas da indonésia. Eles vivem nas florestas virgens do planalto. Os Yali são reconhecidos oficialmente como pigmeus, com homens de pé em apenas 150 cm de altura. Vivem em uma cultura poligâmica e utilizam adornos no pênis chamados Koteka, estes servem para fornecerem distinção da identidade tribal. Eles são uma das poucas tribos canibais do planeta. Eles não utilizam roupas, apenas o adorno no pênis.
Nenets-Sibéria
Os Nenets são pastores de Rena que vivem sob um inverno de menos de 50°C e no verão a menos 35°C. Os Nenets vivem com amigos e familiares, e reunidos, tem o hábito de tomarem chá preto todos os dias. Eles tentam manter sua cultura apesar de após a Russia Stalinista dominar o local ter obrigado todas as crianças a se matricularem em colégios.
Os Nenets, reverenciam as Renas simbologicamente. Eles fazem as migrações sazonais com elas para as protegerem dos seus predadores. A rena desempenha uma papel vital nas tradições dos Nenets, servindo até mesmo como dote para casamento. Nenhum povo do Ártico que conhecemos, têm persistido por tanto tempo e tão desafiante. Hoje, são mais de 10.000 nômades com seus rebanhos de 300.000 renas, vivendo sobre os pastos da tundra ártica.
Asaro- Papua-Nova Guiné
Os Asaros, são um número de homens vindos de diferentes tribos que viveram espalhados por todo o planalto por 1000 anos, em pequenos clãs agrários, isolado por terreno áspero e dividido pela linguagem, costumes e tradições. O lendário Asaro Mudmen, encontraram pela primeira vez com o mundo ocidental em meados do século 20. Diz a lenda que os Mudmen foram obrigados a fugir de um inimigo para o Rio Asaro onde esperou até ao anoitecer para escapar. Na hora da fuga, o inimigo viu o Asaro subir nos bancos cobertos de lama e pensou que eles eram espíritos. Após esse evento, os Asaros passaram a aplicar a lama e máscaras para manter viva a ilusão e aterrorizar outras tribos. Inicialmente, o povo optou por fazer máscara pois acreditavam que a lama do Asaro era venenosa. A tribo aplica a lama e põem suas máscaras para aterrorizar outras tribos de manhã cedo até os dias de hoje.
Rabari- Índia Ocidental
Por quase 1.000 anos, os Rabaris vaguearam os desertos e planícies do que é hoje a Índia ocidental. Acredita-se que esta tribo, com uma fisionomia peculiar persa, migraram do planalto iraniano mais de um milênio atrás. Nessa comunidade são as mulheres que gerenciam as aldeias e cuidam do dinheiro. São elas que negociam também todas as mercadorias que produzem e fazem todo o trabalho intelectual da comunidade. Levam muitas horas tecendo tecidos aos quais estão depositado toda a identidade de sua cultura. Os tecidos são de uma importância vital para eles sendo representado em seus bordados a mitologia da qual acreditam. As meninas aprendem a bordar desde novas para produzir um enxoval que será o dote de seu casamento. O gado é a principal fonte de renda da tribo. As mulheres se tatuam para fins religiosos, terapêuticos e decorativos. Eles tatuam símbolos mágicos em seus pescoços, seios e braços. Os homens Rabari, são fascinados por suas mulheres sempre com adornos e tatuagens e passam horas as olhá-las em suas tarefas. Rabaris são hindus devotos.
O casamento, que celebra a vitalidade da vida e assegura a sua continuidade, é considerado de extrema importância. Tradicionalmente, os casamentos podem ser eventos extravagantes, e eles ocorrem em um determinado dia do ano: a festa de Gokulashtami, o aniversário de Krishna. Os casamentos infantis são tradição na tribo.
Mursi- Etiópia
Kalan- Indonésia/Papua Nova Guiné
Arbore- Etiópia
Mustang- Tibet
O antigo reino de Lo está ligada pela religião, cultura e história para o Tibete, mas é politicamente parte do Nepal. Agora a cultura tibetana está em perigo de desaparecer, ele está sozinho como uma das últimas culturas verdadeiramente tibetanas hoje existentes. Até 1991 nenhum forasteiro foi autorizado a entrar no grupo Mustang. Uma das características desse grupo é a poliandria. Uma mulher pode se relacionar com vários irmãos. Isso ocorre porque se cada homem casasse com uma mulher diferente deveriam dividir a terra tornando todas as famílias pobres. Eles acreditam que o corpo é um microcosmo do universo, composto pelos cinco elementos básicos: terra, fogo, água, ar e espaço. A tensão entre os elementos é a principal causa de doença. O povo de Lo pratica o budismo tibetano.
Dassanech- Grande Vale do Rift da África
Essa tribo está estimada em 200.000 pessoas tribais que viveram lá por milênios. A vida no Vale do Omo mudou muito pouco desde a virada do primeiro milênio. As tribos vivem uma vida simples de caça, coleta e criação de gado. Em época de migrações, são as mulheres que constroem e derrubam suas casas. Qualquer um pode ser aceito no bando desde que aceite ser circuncidado. Essa tribo tem a cultura de caçar crocodilos.
Karo- Etiopia
Drokpa- Índia
Esse um povo que vive na caxemira, território disputado por India e Paquistão. O antigo reino do Himalaia de Ladakh. Os historiadores têm identificado as pessoas Drokpa como os únicos descendentes autênticos dos arianos deixado em Índia. Uma teoria é que as Drokpas originais, eram um grupo de soldados do exército de Alexandre, que perdeu o seu caminho, quando regressava à Grécia depois de terem sido derrotados pelo rei indiano Porus em 326 aC. Durante séculos, os Drokpas mantiveram sua cultura de beijar esposas alheias em público sem nenhuma inibição ou conflito. Grupos de mulheres e homens da tribo faziam linhas para beijar de forma aberta e fervorosa sem qualquer consideração para os relacionamentos conjugais. Como a prática foi considerada incivilizada pelo exército, foi proibida essa manifestação explicita de afeto - os Drokpas agora só podem realizar essa exposição apaixonada na ausência dos militares.
Os Drokpas são completamente diferentes - fisicamente, culturalmente,linguisticamente e socialmente - dos habitantes das redondezas.Homens e mulheres Drokpas são altos e justo, com os olhos grandes, levemente coloridos, lábios grossos, nariz e sobrancelhas distintos. Como resultado, eles consideram-se superiores e não se casam em outras comunidades. Esta é a forma como a insularidade da tribo preserva sua etnia. Os Drokpas são apreciadores de música, dança, jóias, flores e vinho. Sua exuberância cultural se reflete em vestidos requintados e ornamentos, usados principalmente em festivais como o latesummer Bonano festival, quando homens e mulheres dançam por três noites.
Samburu- Kenya/Tanzânia
A crença nos espíritos dos antepassados e até mesmo bruxaria são comuns. Os Samburu acreditam, em encantos e fazem rituais tradicionais para fertilidade, proteção, cura e outras necessidades. A tribo Samburu tiveram conflitos culturais com a Somália, e assim consideram o Islã com grande suspeita. Praticamente nenhum Samburu tornou-se Muçulmanos. Tradicionalmente, eles acreditam em um criador distante, um supremo Deus, a quem eles chamam Nkai ou Ngai, assim como outros povos de língua Maa. Esse povo mora em belas montanhas, grandes árvores, cavernas, e nascentes de água. A maior esperança de um homem velho que se aproxima da morte nessa comunidade é ser enterrado diante de uma majestosa montanha, a sede do Nkai.
Huli- Papua Nova Guiné
Acredita-se que os primeiros Papua Nova Guiné migraram para a ilha mais de 45 mil anos atrás. Hoje, contabilizam mais de 3 milhões de pessoas. As tribos lutam por terra, por porcos e mulheres. Grande esforço é feito para impressionar o inimigo. A maior tribo, a Wigmen Huli, pintam seus rostos de amarelo, vermelho e branco e são famosos por sua tradição de fazer perucas ornamentadas de seu próprio cabelo. Um machado com uma garra completa o efeito intimidador.
Eles praticam a agricultura cíclica, movendo-se para um novo local depois que o solo é esgotado para permitir o reflorestamento e recuperação. As mulheres são excepcionais agricultores. Os primeiros ocidentais a visitar as terras altas ficaram impressionados por encontrar vastos vales de jardins cuidadosamente planejados e valas de irrigação. Os cultivos incluem batata doce, milho, couves e mandiocas.
Banna- Etiópia
Huaoroni- Amazônia/Argentina/ Equador
Por pelo menos mil anos, a floresta amazônica do Equador, tem sido o lar do Huaorani (que significa "ser humano" ou "o povo"). Eles se consideram a tribo mais valente na Amazônia. Até 1956, eles nunca tinham tido qualquer contato com o mundo exterior. Os Huaorani identificam profundamente a onça-pintada como um importante e majestoso predador. De acordo com o mito, são os descendentes de um acasalamento entre um jaguar e uma águia. Eles nunca vão caçar uma onça. Eles também nunca matarão cobras, pois elas são consideradas uma força do mal e um presságio ruim, a anaconda, em particular. Mandioca fermentada é o principal ingrediente para sua cerveja, que corre abundantemente durante as festividades. O polígamo Waodani casa tradicionalmente dentro da tribo, através de casamentos entre primos.
Chukchi- Sibéria
Ao contrário de outros grupos nativos da Sibéria, os Chukchis nunca foram conquistadas pelas tropas russas. Seu ambiente e cultura tradicional suportaram a destruição sob o domínio soviético, os testes de armas e a poluição. Devido ao clima rigoroso e dificuldade da vida na tundra,a hospitalidade e generosidade são muito apreciados entre os Chukchi.
O Chukchi são um povo muito antigo do Ártico, que vivem principalmente na península de Chukotka. Se distinguem entre duas culturas, os de pastores de renas, sendo nômades e os caçadores de mamíferos. Os alimentos básicos consumidos pelo interior Chukchi são produtos de criação de renas: veado cozido, cérebros de rena e de medula óssea. Nas artes as mulheres são hábeis nos bordados e confecções de todas as roupas e os homens fazem esculturas com ossos de morsas. Ambos os sexos são responsáveis pela caça, porém, as tarefas mais habituais a elas em tempos bons são da limpeza e reparação das carnes, cozinhar alimentos, costurar e trabalhar na reparação de roupas e preparar as peles de renas ou morsas. E a função principal dos homens é a de caçar mamíferos e pescar.
A temperatura no inverno é de menos 54°C e a do verão de menos 10°C. Devido ao clima rigoroso e a dificuldade da vida na tundra, hospitalidade e generosidade são muito apreciados entre os Chukchi. É proibido recusar qualquer um, até mesmo um estranho, ou seja, é proibido negar abrigo e alimento. Se espera que a comunidade se prontifique para acolher aos órfãos, as viúvas e os pobres. Entre eles a avareza é considerado o pior defeito de caráter que uma pessoa pode ter.
Comentários
Postar um comentário