O corpo humano é uma máquina incrível para transformar todos os dados sensoriais caóticos na realidade que vemos ao nosso redor. Mas, mesmo assim, não podemos perceber cerca de 99,99% de tudo o que está acontecendo no universo agora.
É por isso que, sob as circunstâncias corretas, ou com os ajustes corretos para os seus sentidos, a coisa começa a ficar estranha.
5. Ouvir ruídos assustadores do espaço
A primeira coisa que você precisa saber sobre os seus sentidos é que eles não pegam nada. Por exemplo, seus ouvidos precisam de ar para captar o som, que é justamente a única razão pela qual você não pode ouvir o espaço sideral. A propósito, se você pudesse, talvez ouviria coisas horríveis, como gritos de um astronauta que morreu se esgoelando. Escutar uma forma de vida alienígena hostil seria até calmante em comparação a isso. Por exemplo, aqui está um estranho coro cantado pelo campo magnético da Terra para o vazio indiferente do espaço:
Em 2012, a NASA lançou uma sonda que capturou essas gravações de ondas de rádio emitidas por ondas de plasma na magnetosfera da Terra. A agência gravou cinco ocorrências separadas de som, que são chamadas de “Chorus”.
Mas essas vozes que a Terra manda para o espaço ainda não são nem de perto tão assustadoras quanto o barulho dos anéis de saturno:
Puta merda, isso não é um planeta, é a trilha sonora de um filme do Stanley Kubrick. Essa composição foi registrada pela sonda Cassini-Huygens.
4. Ouvir sons inaudíveis que podem afetar seu humor
Como todos os cães e gatos que você encontrar por aí vão alegre e constantemente demonstrar, a audição humana é péssima em comparação com a de outros animais. Nós estávamos muito maravilhados com o movimento incrível de nossos polegares opositores para lembrar que tínhamos orelhas e ouvidos. E o resultado foi um conjunto de aparelhos que não se desenvolveu para capturar sons de baixa frequência.
Enquanto isso, baleias conseguem até se proteger de uma gama de armas por terem a capacidade incrível de captar explosões de choque infrassônicas.
No entanto, não poder ouvir o infrassom não significa que ele tenha se esquecido de você.
A forma como sons de baixa frequência bagunçam com nossos sentidos pode ser a explicação sobre a verdadeira razão por trás das aparições de fantasmas. Mas esse tipo de som não se contenta em apavorar você com a loira do banheiro. Ele também pode – e possivelmente está fazendo isso agora – impactar em uma infinidade de maneiras com suas emoções.
Tudo se resume as vibrações dos sons, que podem ter alguns efeitos muito estranhos n cérebro e corpo humano de forma geral. Infrassons podem induzir humores diferentes que variam de tontura e náusea à letargia e euforia.
Uma das maneiras mais simples de experimentar os efeitos mais agradáveis de infrassons é ficar em um carro fechado a velocidades maiores de 100 km/h. O veículo começa a emitir um som que vai embalar seu corpo e envolvê-lo em uma nuvem de euforia.
3. Ver luz ultravioleta e outras cores “proibidas”
Visão humana é uma piada, especialmente se a gente for se comparar com outros seres vivos (já percebeu o padrão, né? Sentidos humanos são horríveis perto dos outros animais).
No entanto, contamos com ela como nossa principal fonte de estímulos sensoriais, o que, convenhamos, é uma vergonha principalmente quando consideramos a grande parte do mundo que não podemos ver. Por exemplo, seu corpo está sendo atingido por ondas invisíveis brancas emitidas pelo seu telefone celular e outros dispositivos Wi-Fi, e você simplesmente não sabe disso porque essas ondas não fazem parte do espectro visível.
Bom, se não podemos ver, como sabemos que essas cores existem?
A maioria não pode ver. Mas um percentual altamente selecionado de seres humanos pode ter um vislumbre de coisas a olho nu que, a princípio, não fomos feitos para ver.
Por exemplo, para ver a luz ultravioleta, tudo que você precisa é de um caso grave de catarata. Alex Komar, que passou por uma cirurgia para se livrar da sua, passou a ver luz UV e coisas com um brilho azul por conta do implante que recebeu. Isso inclui o famoso pintor Claude Monet, que foi submetido à cirurgia de catarata e, por isso, algumas de suas obras tem um clima azulado não natural. Da mesma forma, pessoas com afácia relatam a capacidade de ver a luz UV.
Ganhar essa habilidade é como se o seu mundo fosse todo branco e de repente tivesse sido iluminado por uma “luz negra” o tempo todo.
E depois há as chamadas “cores proibidas”, derivadas de tons de vermelho-verde e azul-amarelo.
Nós sabemos que elas existem, mas nossas retinas tem uma percepção muito grosseira delas, aproximando-as da percepção de cores básicas ao enviar o sinal para o cérebro. Em um experimento realizado em 1983, pesquisadores descobriram que poderiam fazer voluntários realmente ver essas tais cores proibidas usando imagens listradas construídas especificamente, onde metade das células da retina de um olho só podia ver uma cor, enquanto a outra metade só podia ver a outra. Basicamente, o experimento consistia em sobrecarregar o olho até ele misturar informações e proporcionar uma percepção melhor das tais cores proibidas.
Assim, os voluntários puderam ver cores que eles nunca tinham visto na vida e simplesmente não tinham palavras para descrever o que era aquilo que estavam vendo. É como se o cérebro estivesse quebrado por alguns minutos.
2. Ouvir areia quebrando e árvores estalando
Na década de 1960, quando o movimento pró meio ambiente estava realmente ganhando força, o pesquisador escocês John Milburn conseguiu gravar o som das árvores chorando de angústia. O que soa como uma besteira hippie acabou por ser a captura de cliques reais de dentro de seus troncos:
J.R.R. Tolkien estava certo? Há um exército de árvores pronto para entrar em guerra contra um bruxo das trevas? Somos nós o bruxo das trevas?
Felizmente, não.
Esses cliques são na verdade colunas de água que estão batendo contra as paredes da árvore, enquanto se movimentam pela planta a partir de sua raiz. É como se fosse o barulho do sistema de irrigação da árvore.
Quando uma árvore está lutando para conseguir água – particularmente durante uma seca -, os cliques são o som de sede. Há árvores que realmente emitem sons ultrassônicos – outras fazem, em particular, em picos pouco antes do amanhecer. A ciência ainda não descobriu exatamente a origem desse som.
Dunas de areia também são verdadeiras tagarelas. O legendário explorador Marco Polo acreditava que os sons que ele ouvia eram espíritos malignos, mas na verdade eram só ruídos emitidos pela areia, uma sinfonia de gemidos. Às vezes, podemos ouvir esse barulho, se estivermos na posição correta.
A pergunta de 1 milhão de reais, no entanto, é: por que a areia geme?
Ainda não há nenhuma resposta definitiva para essa questão, mas a teoria mais aceita é que o barulho vem de um fluxo constante de grãos de areia caindo sobre outros grãos de areia.
Três cientistas parisienses se propuseram a desvendar o caso rastreando dunas no Marrocos e no Omã. Deslizando de bunda pelas colinas de areia (em nome da ciência, é claro!), eles desencadearam uma avalanche que registou um ruído afiado de 105 Hz e uma cacofonia de grau nove (entre 90 a 150 Hz).
Com isso, eles determinaram que grãos de areia do Marrocos, que eram quase todos do mesmo tamanho, faziam um som distinto. No Omã, como os grãos de areia eram de tamanhos diferentes, o som também era diferente. Isso não é lá muito conclusivo, mas pelo menos serve para desbancar a teoria de Marco Polo.
1. Ver pessoas e animais brilhando no escuro
A bioluminescência é um traço meio raro em animais. Vaga-lumes, por exemplo, podem usar essa característica para atrair parceiros, enquanto aqueles peixes de águas profundas podem usá-la para iluminar seu caminho.
A bioluminescência, como você pode ter percebido pelos exemplos, é um lance de peixes e insetos.
Afinal, você não vê qualquer espécie de mamíferos correndo por aí incandescente. O que não significa que elas não existem.
O olho humano é tão pouco capacitado que só pode ver os animais que produzem uma tonelada de bioluminescência, como vaga-lumes, quando, na realidade, todos os seres vivos na Terra brilham em pelo menos algum grau.
Os seres humanos não são exceção.
Esta luz é na verdade um subproduto de processos metabólicos do seu corpo.
A respiração celular que acontece em todo o seu organismo cria radicais livres, que reagem com lipídios e proteínas. As moléculas que resultam, então, reagem com substâncias químicas chamadas fluoróforos em seu corpo que emitem uma pequena quantidade de fótons. Para colocar isso em termos leigos: quando você come um cachorro quente, seu corpo o transforma em um glorioso brilho.
Embora o brilho esteja aí, para registrá-lo você precisa de equipamentos especiais.[cracked]
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