A BOMBA ATÔMICA QUE EXPLODIRAM NO CÉU DO CEARÁ EM 1958 ! QUAL A VERDADE? MISTÉRIO! CONHEÇA A HISTÓRIA
NO MOMENTO QUE O MUNDO INTEIRO FALA DA EXPLOSÃO DOS REATORES NUCLEARES DAS USINAS ATÔMICAS DO JAPÃO, DIVIDO COM VOCÊS UMA ESTRANHA DENÚNCIA DE QUE NO FINAL DOS ANOS 50, COM AUTORIZAÇÃO DO BRASIL, OS ESTADOS UNIDOS FIZERAM TESTES NUCLEARES NO CÉU BRASILEIRO, PRECISAMENTE NOS CÉUS DO SERTÃO CENTRAL DO CEARÁ, SENDO A CIDADE DE MADALENA A MAIS ATINGIDA. VAMOS À HISTÓRIA, QUE É TOTALMENTE DOCUMENTADA E ESTÁ LONGE DE SER CONCLUÍDA. Ainda cobrando uma explicação definitiva da Ciência e do Governo Brasileiro.
Quando fazia da parte da Comissão de Direitos Humanos da OAB Ceará, fui encarregado pela comissão para investigar em fevereiro de 2003, uma das denúncias mais complexas e aparentemente absurdas que a comissão tinha até então, acredito que até os dias atuais, recebido: QUE NO FINAL DOS ANOS 50, OS ESTADO0S UNIDOS, COM AUTORIZAÇÃO DO BRASIL, FEZ TESTES NUCLEARES ATMOSFÉRICOS, NOS CÉUS DO SERTÃO CENTRAL DO CEARÁ. As provas apresentadas era o alto índice de radiação na região e o elevado números de pessoas cancerosas. Importante salientar que até nas pedras das ruas de Madalena tem urânio, para quem quiser ver.
Quem assinava a denúncia era o Padre de Madalena, norte-americano, chamado Richard Cornwal, que me recebeu na paróquia, entregou vários documentos, deu entrevista e trouxe outras pessoas, vítimas da radiação e parentes das vítimas, além de testemunhas vivas que tinham assistido às explosões, para também serem entrevistadas. O resultado foi um pequeno documentário, que pode ser acessado no início da matéria e um relatório sobre toda a investigação entregue à Presidência da Comissão de Direitos Humanos, na época era Dr. Deodato Ramalho, e à Presidência da OAB, cujo presidente era o Dr. Paulo Quezado. Tal investigação levou o Jornal O Povo, de 10/03/2003, a publicar reportagens de 02 páginas inteiras, intitulada: "Mistério no Céu do Sertão Central". Veja primeira parte do vídeo sobre Madalena, no Youtube:
Há uma monografia escrita sobre o tema por um doutorando da Universidade Federal do Ceará, que pode ser acessada no seguinte endereço http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=167013403004 cujo título é: A Operação “Argus” (1958) e as controvérsias sobre a ocorrência de testes atômicos no Nordeste brasileiro – do Historiador Tácito Thadeu Leite Rolim.
Abaixo um fragmento da monografia sobre o polêmico mistério, que foi tema de debates por políticos, jornalistas e físicos brasileiros com renomes internacionais:
.... E não foi apenas na imprensa que encontramos referências ao teste nuclear clandestino no Nordeste brasileiro: o historiador Leôncio Basbaum, no livro Caminhos Brasileiros do Desenvolvimento – publicado em 1960 –, afirma em seu preâmbulo que “ainda recentemente os Estados Unidos fizeram explodir uma Bomba-A nos céus do Nordeste sem que os governantes e chefes políticos de nosso país se manifestassem de qualquer modo”.
Apesar de não citar a fonte de onde obtivera a informação, é certo que Basbaum estava se referindo à Operação “Argus”. E mais ainda: em sua afirmação, Basbaum sugere complacência do governo brasileiro – no caso o do presidente Juscelino Kubitschek – para com o teste clandestino.
Em Fortaleza e no Rio de Janeiro, alguns deputados se mobilizaram contra as experiências atômicas no Nordeste. O deputado estadual José Pontes Neto (PSP-CE) denunciou o fato e “solicitou em seguida que a Assembléia se dirija por telegrama ao presidente da República e ao Conselho de Segurança Nacional, bem como ao Congresso”, pois acreditava que a continuidade de
experimentos desta natureza pode acarretar “conseqüências mortíferas para toda a população nordestina”.
Enquanto isto, na Capital Federal, o deputado federal Josué de Castro (PTB-PE), após declarar que o “Brasil não pode submeter-se tacitamente ao papel de cobaia das mais graves experiências que têm sido empreendidas pela ciência mal-utilizada”, “encaminhou à Presidência um requerimento de informações indagando quais instituições realizam controle da radioatividade no Brasil”.
Em São Paulo, em sessão realizada na Assembléia Legislativa no dia 1 de abril de 1959, moção foi encaminhada à Mesa “protestando contra a explosão de bombas atômicas nos céus do Nordeste do Brasil, primeira experiência feita por militares norte-americanos no Hemisfério Sul”.
E o debate em torno da possibilidade da ocorrência de testes nucleares clandestinos no Nordeste brasileiro não fica confinado somente na esfera política. A exemplo dos políticos, cientistas consagrados se manifestam sobre o episódio. No Rio de Janeiro, eles emitiram suas opiniões sobre as experiências clandestinas. O professor Leite Lopes e o cientista César Lattes, dentre outros, se posicionaram frontalmente contra a Operação “Argus”. Para o professor Leite Lopes, o que os norte-americanos fizeram é comparável a “disseminar arsênico nas adutoras de água e depois recolher as vítimas para ver o efeito do veneno”, e fuzilou enfurecido: “Não quero falar muito nesse assunto para não ficar nervoso”.
Já César Lattes, em matéria de O Jornal, propôs uma “reunião de cientistas para estudar os efeitos da Operação Argus” e acrescentou que “o Brasil deve protestar” e não permitir que os Estados Unidos “lancem seus dejetos radioativos onde considerarem mais conveniente”. Outros cientistas, no entanto, diziam que “não há perigo [de contaminação radioativa] quando as provas são realizadas a grandes altitudes”: foi o que disse, em matéria no mesmo jornal fortalezense, o Almirante Otacílio Cunha, presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Repetia-se, portanto, em versão tupiniquim, o que já vinha ocorrendo nos Estados Unidos, no mesmo período, com relação ao perigo de contaminação radioativa das experiências nucleares no estado de Nevada: o governo nega peremptoriamente a possibilidade de contaminação – alçado no discurso de técnicos e cientistas laureados pela comunidade científica internacional –, enquanto a população afetada e os cientistas insurgentes – muitas vezes taxados de comunistas – pouco ou quase nada podem fazer para deter a continuidade dos testes.
Vale salientar que os jornais da época não especulam, mas afirmam que testes atômicos foram executados no Nordeste brasileiro. Assertivas desta natureza causaram certo furor na comunidade científica nacional, exigindo reunião dos mesmos e o anúncio de que a “Comissão Nacional de Energia Nuclear deverá pronunciar-se, dentro de oito dias, oficialmente sobre as experiências atômicas realizadas no espaço sul-americano a altura do Nordeste brasileiro”.
Segundo o Consultor Jurídico do Ministério da Justiça, à época o Sr. Anor Butier Maciel, o Brasil poderia reclamar, junto à AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), “contra as explosões nucleares que venham a afetar o nosso território”.
A monografia, por sinal, bem feita e estribada em farta pesquisa, cita reportagens nos mais variados jornais da época sobre o tema, a saber:
1) Revista American Journal of Public Health, agosto de 1964, p.1.207-1.221, “A community health hallenge – Northeast Brazil”. O autor do artigo, Dr. George M. Leiby, é médico da Força Aérea norte-americana (USAF), e trabalhou como consultor da USAID no Nordeste brasileiro juntamente com o médico brasileiro, Dr. Fernando Figueira – coautor do artigo –, do Instituto de Medicina Tropical, em Recife, Pernambuco.
2) Os periódicos de Fortaleza e as revistas Time pesquisados e utilizados neste artigo encontram-se disponíveis na Biblioteca Pública Governador Meneses Pimentel, em Fortaleza, Ceará. A revista Scientific American foi pesquisada na Biblioteca Setorial do Curso de Física da Universidade Federal do Ceará (UFC). O jornal nova-iorquino The New York Times foi pesquisado on-line no endereço eletrônico do jornal (www.nyt.com). Os exemplares da re vista Bulletin of the Atomic Scientists são de meu acervo pessoal. Quanto aos jornais do Rio de Janeiro, eles foram pesquisados e transcritos na Biblioteca Nacional, entre março e abril de 2008, quando da condução de pesquisas para o Doutorado na Universidade Federal Fluminense (UFF).
3) Jornal O Jornal, Fortaleza, 29 de julho de 1958, p.1.
4) Jornal O Povo, Fortaleza, 28 de julho de 1958, p.1.
5) Jornal O Estado, Fortaleza, 29 de julho de 1958, p.1.
6) Ata da Vigésima-Primeira Sessão do Conselho de Segurança Nacional, 15 de dezembro de 1956, p.1.
7) Ata da Reunião Parcial do Conselho de Segurança Nacional, 25 de setembro de 1956, p.5.
8) Ver: Coronel Adalardo Fialho, Problemas do Brasil. Rio de Janeiro, Ministério da Guerra, Biblioteca do Exército, maio / junho 1952; General A. de Lyra Tavares, Segurança nacional: antagonismos e vulnerabilidades, Rio de Janeiro, Biblioteca do Exército, 1958; e General Antônio de Souza Júnior, O Brasil e a 3ª guerra mundial. São Paulo, Biblioteca do Exército, 1959.
9) “Aliás, Presidente JK, para entregar Fernando Noronha (…) nem seus conselheiros, nem V. Exa., se lembraram de que estavam rasgando a Constituição.” Assim, “o ano de 1957 caracterizou-se como um dos mais duros na ofensiva imperialista. Ocuparam a ilha de Fernando de Noronha e a costa do Nordeste, militarmente, violando nossa Constituição.” Osny Duarte Perreira, Estudos nacionalistas: considerações à margem do Brasil contemporâneo (Vol. 1), São Paulo, Fulgor, 1960, p.141 e 219.
Os astrônomos do Clube de Astronomia de Fortaleza (CASF), até os dias atuais estuda o fenômeno das explosões no céu de Madalena. A questão é saber do que se tratou: meteoritos, restos de foguetes da NASA, testes nucleares....
Sobrevive o mistério, a controvérsia, pairando no ar a pergunta: AFINAL HOUVE OU NÃO TESTES NUCLEARES NOS CÉUS DO SERTÃO DO CEARÁ NO FINAL DOS ANOS 50??? A DÚVIDA CONTINUA. O que tem a dizer o Governo Brasileiro, os cientistas e o Governos dos Estados Unidos sobre a questão??? Bem, aguardamos respostas para de vez esclarecer tal mistério!
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